quinta-feira, 15 de outubro de 2009

THE HUNTERS: Disturbios

A visão distorcida de Draco voltou ao normal pouco depois de acordar. Enquanto olhava em volta de si, o susto e os calafrios aumentavam. O caçador encontrava-se numa pequena sala cercado pelo vazio. Pelo aspecto sujo e poeirento do lugar de certo que ainda estaria no interior do edifício. Mas tanto podia ainda estar enfiado numa fábrica abandonada em FogCity como num velho armazém em Nova York. Levantou-se do chão lentamente, ainda sentido as dores da possível "anestesia" ao crânio. A primeira coisa que se lembrou de fazer foi verificar a orelha direita.
- Bolas! Tiraram-me o intercomunicador!- e a seguir notou que não sentia peso algum nas costas.
À sua frente destacava-se uma porta de madeira. "Com um pouco de sorte está uma bela paisagem campestre do outro lado." pensou sarcasticamente para si. Avançou para a porta e calmamente tentou rodar a maçaneta. Estava como seria de esperar, trancada. Draco recuou o máximo de passos que a apertada salinha permitia. Voltou o ombro para a frente e ganhou fôlego. Enquanto ganhava coragem receava com o que quer que estivesse para lá da porta.
- Aqui vai nada!- correu contra a porta o mais rápido possivel naquelas condições, e no momento da colisão ouviu um forte estalido que, mais que tudo, esperava ser a madeira da porta a ruir e não os ossos do seu corpo a quebrar.
Já fora daquele espaço claustrofóbico, Draco limpou as lascas e fragmentos de madeira que se tinham agarrado às suas roupas. A porta arrombada jazia à sua frente , metade para cada lado. O caçador observou o escuro fundo do corredor onde se encontrava. Com uma única escolha a tomar, e algum receio pelo que estivesse camuflado entre as sombras avançou em frente para sabe-se lá onde. Estava completamente desarmado. Não fazia ideia do tempo que tinha permanecido inconsciente, e sem intercomunicador não podia pedir ajuda. Perguntava-se acerca do seu parceiro. Onde estaria? Estaria vivo? E onde estaria ele próprio? Com um pouco de sorte ele, Draco, permanecia ainda no sétimo andar, e Frank, talvez ainda a respirar, continuava a explorar os pisos inferiores. Se ao menos se conseguisse orientar podia sair dali. A cada passo que dava, o corredor tornava-se mais frio e a respiração mais veloz.
- Ao menos ainda fiquei com o casaco.- suspirou Draco tentando animar-se a si próprio. Mas aquele local era tão quieto, escuro e medonho, que até a melhor piada do mundo não era capaz de criar qualquer riso.
Finalmente no final daquele longo corredor situava-se outra porta, desta vez não de madeira rançosa, mas de metal coberto de ferrugem. Com expectativas de não ter de arrombar mais nada, Draco girou a maçaneta. A porta deslizou suavemente gerando um desconfortável ruído metálico.
Ao contrário do corredor escuro, o espaço que Draco viu a seguir até nem estava muito mal iluminado, mas o choque foi a completa e desproposita aparência do local. A área 51 seria menos estranha. Aparelhos esquisitos cheios de pequenas luzes vermelhas e amarelas que piscavam sem fim. Grandes mesas de dissecação ensanguentadas, com pequenas mesas cheias de instrumentos para operações ao lado. Jaulas de todos os tamanhos junto ás paredes e penduradas no tecto. Mas o mais estranho de tudo eram os enormes contentores de vidro, que pareciam albergar algo no interior. Draco aproximou-se para observar a estranha criatura no interior de um dos contentores. Asquerosa e repugnante, não era muito diferente dos demónios com que ele e Frank tinham estado a batalhar este tempo todo. E então como um relâmpago, Draco juntou as peças e completou o puzzle. Era agora óbvio o objectivo dos H.I.M naquele sítio. Mas antes que tivesse tempo para pensar em mais alguma coisa, um som preocupante chamou-lhe a atenção e ele virou-se num salto. Meia dúzia de demónios asquerosos tinham-se aproximado silenciosamente enquanto ele raciocinava, e agora estava cercado e sem maneira de reagir. O coração parou mal ficou a dois passos de ser estrangulado. Ia agora viajar para a famosa morte, e o bilhete de partida não podia ser em pior classe. Quando Draco acabou por aceitar o seu destino final, a cabeça do demónio que avançava sobre ele explode em carne e veias! Com o medo, o caçador só se apercebe de tal quando o sangue esborrata a sua cara. Os outros demónios mal reagem, e antes de o corpo do primeiro cair pelo solo, os cinco restantes são executados num piscar de olhos. Draco só deixa de suster a respiração quando avista Frank a dois metros dos corpos empunhando os seus dois revólveres.

Sem comentários:

Enviar um comentário