- Bolas! Tiraram-me o intercomunicador!- e a seguir notou que não sentia peso algum nas costas.
À sua frente destacava-se uma porta de madeira. "Com um pouco de sorte está uma bela paisagem campestre do outro lado." pensou sarcasticamente para si. Avançou para a porta e calmamente tentou rodar a maçaneta. Estava como seria de esperar, trancada. Draco recuou o máximo de passos que a apertada salinha permitia. Voltou o ombro para a frente e ganhou fôlego. Enquanto ganhava coragem receava com o que quer que estivesse para lá da porta.
- Aqui vai nada!- correu contra a porta o mais rápido possivel naquelas condições, e no momento da colisão ouviu um forte estalido que, mais que tudo, esperava ser a madeira da porta a ruir e não os ossos do seu corpo a quebrar.
Já fora daquele espaço claustrofóbico, Draco limpou as lascas e fragmentos de madeira que se tinham agarrado às suas roupas. A porta arrombada jazia à sua frente , metade para cada lado. O caçador observou o escuro fundo do corredor onde se encontrava. Com uma única escolha a tomar, e algum receio pelo que estivesse camuflado entre as sombras avançou em frente para sabe-se lá onde. Estava completamente desarmado. Não fazia ideia do tempo que tinha permanecido inconsciente, e sem intercomunicador não podia pedir ajuda. Perguntava-se acerca do seu parceiro. Onde estaria? Estaria vivo? E onde estaria ele próprio? Com um pouco de sorte ele, Draco, permanecia ainda no sétimo andar, e Frank, talvez ainda a respirar, continuava a explorar os pisos inferiores. Se ao menos se conseguisse orientar podia sair dali. A cada passo que dava, o corredor tornava-se mais frio e a respiração mais veloz.
- Ao menos ainda fiquei com o casaco.- suspirou Draco tentando animar-se a si próprio. Mas aquele local era tão quieto, escuro e medonho, que até a melhor piada do mundo não era capaz de criar qualquer riso.
Finalmente no final daquele longo corredor situava-se outra porta, desta vez não de madeira rançosa, mas de metal coberto de ferrugem. Com expectativas de não ter de arrombar mais nada, Draco girou a maçaneta. A porta deslizou suavemente gerando um desconfortável ruído metálico.
Ao contrário do corredor escuro, o espaço que Draco viu a seguir até nem estava muito mal iluminado, mas o choque foi a completa e desproposita aparência do local. A área 51 seria menos estranha. Aparelhos esquisitos cheios de pequenas luzes vermelhas e amarelas que piscavam sem fim. Grandes mesas de dissecação ensanguentadas, com pequenas mesas cheias de instrumentos para operações ao lado. Jaulas de todos os tamanhos junto ás paredes e penduradas no tecto. Mas o mais estranho de tudo eram os enormes contentores de vidro, que pareciam albergar algo no interior. Draco aproximou-se para observar a estranha criatura no interior de um dos contentores. Asquerosa e repugnante, não era muito diferente dos demónios com que ele e Frank tinham estado a batalhar este tempo todo. E então como um relâmpago, Draco juntou as peças e completou o puzzle. Era agora óbvio o objectivo dos H.I.M naquele sítio. Mas antes que tivesse tempo para pensar em mais alguma coisa, um som preocupante chamou-lhe a atenção e ele virou-se num salto. Meia dúzia de demónios asquerosos tinham-se aproximado silenciosamente enquanto ele raciocinava, e agora estava cercado e sem maneira de reagir. O coração parou mal ficou a dois passos de ser estrangulado. Ia agora viajar para a famosa morte, e o bilhete de partida não podia ser em pior classe. Quando Draco acabou por aceitar o seu destino final, a cabeça do demónio que avançava sobre ele explode em carne e veias! Com o medo, o caçador só se apercebe de tal quando o sangue esborrata a sua cara. Os outros demónios mal reagem, e antes de o corpo do primeiro cair pelo solo, os cinco restantes são executados num piscar de olhos. Draco só deixa de suster a respiração quando avista Frank a dois metros dos corpos empunhando os seus dois revólveres.
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